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Mostrando postagens de agosto, 2011
(...)Tanto quanto possa ser implícita a palavra muda no som musicala- ti é abstrato como o instante. é também com o corpo todo que pinto os meus quadros e na tela fixo o incorpóreo, eu corpo-a-corpo comigo mesma. Não se compreende música: ouve-se. Ouve- me então com teu corpo inteiro. Quando vieres a me ler perguntarás por que não me restrinjo à pintura e às minhas exposições, já que escrevo tosco e sem ordem. É que agora sinto necessidade de palavras - e é novo para mim o que escrevo porque minha verdadeira palavra foi até agora intocada. A palavra é a minha quarta dimensão. Hoje acabei a tela de que te falei: linhas redondas que se interpenetram em traços finos e negros, e tu, que tens o hábito de querer saber por quê - e porque não me interessa, a causa é matéria de passado - perguntarás por que os traços negros e finos? é por causa do mesmo segredo que me faz escrever agora como se fosse a ti, escrevo
Elas não cairam cadentes como deveriam, eram cadentes mas não deviam ser, não era hora delas, não concordei no exato momento da queda...fatídica. Elas só existem por causa do breu - Era o que eu pensava ao catar luzes dançantes naquela beleza enevoada azul, mesmo com toda a vertigem. Só existiam porque estavam ali, a música de fronteira, eles cheios de dedos-desejos, a dança das sombras dos corpos e tudo que ela traz consigo. Num rápido gole estava junto a cabeça, crânio, barbas rubras e ralos cabelos de quem nem ouvira o nome, do pescoço pra cima, sem nem por que. -Forasteiro! O breu da noite engolira todos os porquês, foi ela quem conduziu. O breu que engoliu todos os porquês, o breu que os porquês engoliu. 

Blattaria

(...)É uma espécie de gente que confunde a sensibilidade da semente de linhaça com baratas no estado ninfal... isso dá nojo consentir diferenças é ginástica no correr do últimos anos!
Necessidade sem cor ocupa espaço, devo ser completada Preciso encher-me de eu[s] Transbordando tu[s] vazios Como deve ser, por ser intróito [ou não] Como assim são [és] Somente afagos sem notas Sabe-se Sabemos nós Por um pacto calado Sem posterior aperto de mão Sem selar ! Sem alma ! Sem nada ! Sem! Ficamos vagos Somos [fomos] Dúbios