Foi-se o tempo.Foi-se graças.Ficam coisas grudadas nas paredes, e o que eu faço? ignoro,ignoro, ignorante...que nem teu pai! dizia minha vó quando me chamava de Joãozinho e eu chorava de ódio,assim como chorava por dentro quando ele me fazia repetir seu nome inteiro,talvez por medo do esquecimento, e eu dizia várias vezes como uma oração ''João dos santos neto''.E cadê você? eu falei tão pouco a palavra pai.A vida me obriga a voltar,eu tenho medo do fim da vida que tive pouca participação ,quando se chamava início,tenho medo do sono da tua mãe que também pouco chamei de vó.Aquelas ruguinhas do rosto ruivo e aquele olhinho que herdei.Cada ruga ali e uma dor, segundo minha mãe, do tanto que sofrestes em vida pelos desgostos dos teus filhos, já mereces o céu antes mesmo da tua morte que venha então em vida.Lembro da fatalidade que foi aquela morte na tua cozinha, meu deus que tristeza,até hoje as paredes silenciam, tu não soubestes...te deixaram continuar a ver o mar de Natal, graças a deus existe o mar que nunca vi.A vida me empurra pro cheiro de mofo,pro banheiro com cheiro de sabonete phebo,pra salinha de TV do Silvio santos e pros domingos legais das tardes de sol nesse lugar que os vizinhos tem papagaios e periquitos e uns poodles peludos.Tem a cara daí, tudo isso.Antes tarde que ja é do que cedo que não é mais.Coragem.Isso tudo aumenta nesses meses dentre outras coisas.Me dê a mão e façamos o caminho do medo.Minha dor é eterna sim e não é só uma.Não procuro culpados,são minhas e os culpados estão dentro de mim eu os ignoro, como?fingindo fortaleza,sou de câncer, meus pais estavam juntos e se amavam em um novembro do passado.
Que tristeza Thalyta...
ResponderExcluirQue vida essa nossa...
Não lembrastes da nossa ida a fazenda?
Que dia horrível aquele.
Thays.