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Se tu podes olhar , vê.Se podes ver, repara

O nome dele é Arnaldo, um figura que conheci no ateliê da Usina , muito talentoso e humilde ele sempre sorri.Num dia desses numa dessas conversas descobri que o Arnaldo além de artista plástico, era padeiro, e notei pelo apelidos que os colegas davam pra ele dentro de sala que ele também era poeta.

- Arnaldo aquele bolo de banana, meu deus bom demais..! eu não sabia que tu também cozinhava
Pois é... é que eu já fui padeiro.. trabalhei numa padaria lá no centro
- Ahhh tá explicado, que legal!
É mais eu saí de lá...
- Arnaldo te chamam de poeta tu escreve mesmo é?
Eu tenho algumas poesias num caderno velho mas nunca mostrei...
-Arnaldo tu é padeiro,pintor e poeta já percebeu isso? 3P , P³ (Risos)
- (Risos) olha thalyta eu nunca reparei... legal isso ó vou assinar assim agora minhas telas ''P³''.
-(Risos)
Mas agora eu sou letrista...
-Letrista como assim?
Faço aquelas placas de propaganda de preços ... sabe? no Araújo
- AAhhh siiiim sei, legal! tu se mete em tudo né, eu também sou assim..
Pois é sempre fui assim, acho que é uma coisa natural pra quem gosta de arte... quer aprender, se envolver em tudo...
( encerra cena) rsrs...

Hoje fui fazer compras com a minha mãe no supermercado e pela primeira vez parei pra reparar rsrs... aquelas plaquinhas que ficam nas frutas, na parede em cima do açougue, nas placas de ofertas enfim... '' meu deus quem faz isso é o Arnaldo''
Logo em seguida chorei vendo minha mãe escolhendo maças

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De manhã eu senti o cheiro da escola Santa Cecília, onde minha mãe dava aulas quando eu e a minha irmã éramos crianças de 5 , 7 anos.Eu ainda não sei porque, mas era uma cheiro de cantina,sopa,bolacha, que ficava empregnado na madeira velha do assoalho, das paredes,das cadeiras de madeira das salas de aula.Os papéis de prova e livros da minha mãe cheiravam a giz e esse cheiro de escola Santa Cecília, que não sei se vinha da cantina, da sopa, do giz do quadro negro,da bolacha,das paredes de madeira úmida,só sei que tinha um cheiro que minha memória relembrou hoje, cheiro de infância, cheiro da coragem que minha mãe tinha em ir pr'alí, pra fazer o que hoje ela tem saudade, ensinar história.
Hoje fiquei um bom tempo olhando pra vinha, aquele campo verde, aquela casa cheia de janelas. No entardecer triste, triste como todo entardecer.Enquanto nuvens rosas corriam no céu, me surpreendo com um pensamento, ele dizia baixinho quase ecoando  : " eu não existo aqui, uma parte de mim não existe aqui " o vento em silêncio arrastava nuvens, pássaros sibilavam longe, aquele verde e cor triste da tarde, triste como todo entardecer.