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22º

Um ciscador me sorri com os poucos dentes que lhe resta.No chão as poucas carambolas, aquelas que insistem em cair.Alguém acende a lâmpada da Lua e a luz reflete no verde e há fumaça.Fumaça que molda nuvens no céu da boca, boca de quem? de lobo ali,encostada no muro.Ao lado um cão late me deixando nervosa.Rasgo pedaços de papéis comidos por traças, traças trazem maus presságios, ou seria os papéis? eles estão vestidos de boas palavras, boas palavras... desconfie delas.O céu me olha,me engole e me traz a velha sensação infantil de voar, sensação? ou seria uma velha lembrança do real? enfim o céu me faz querer voar como eu voava na minha infância no caminho pra padaria.Na reunião do porão, aqui dentro, algo grita ao som abafado de um megafone,mas eu não consigo entender o que é dito.Sonho com todas as cores que o sonho tem e me visto da mesma agonia do cão ao lado,agora ele é quem fica nervoso(...)

Comentários

  1. o que há com meu blog? preciso de uma pessoa que entenda de HTML'S meus comentários estao chegando no email =~

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  2. ''Lembranças doem garota,e você as faz doer em mim de um jeito encantador.
    Blog massa;escreve pra caralho,simplicidade é sua força.
    :*prazer,irmã da 'absolutamente eu'.
    Volto.

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dá pitaco

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eu tenho verdadeira paixão por flores em imagens.

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De manhã eu senti o cheiro da escola Santa Cecília, onde minha mãe dava aulas quando eu e a minha irmã éramos crianças de 5 , 7 anos.Eu ainda não sei porque, mas era uma cheiro de cantina,sopa,bolacha, que ficava empregnado na madeira velha do assoalho, das paredes,das cadeiras de madeira das salas de aula.Os papéis de prova e livros da minha mãe cheiravam a giz e esse cheiro de escola Santa Cecília, que não sei se vinha da cantina, da sopa, do giz do quadro negro,da bolacha,das paredes de madeira úmida,só sei que tinha um cheiro que minha memória relembrou hoje, cheiro de infância, cheiro da coragem que minha mãe tinha em ir pr'alí, pra fazer o que hoje ela tem saudade, ensinar história.
Hoje fiquei um bom tempo olhando pra vinha, aquele campo verde, aquela casa cheia de janelas. No entardecer triste, triste como todo entardecer.Enquanto nuvens rosas corriam no céu, me surpreendo com um pensamento, ele dizia baixinho quase ecoando  : " eu não existo aqui, uma parte de mim não existe aqui " o vento em silêncio arrastava nuvens, pássaros sibilavam longe, aquele verde e cor triste da tarde, triste como todo entardecer.