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31º

Esse barulho tic-tac faz doer minha a-mí-da-la, a cada batida compassada, ensaiada e transmitida pela energia de seus ponteiros...é um som singelo eu sei, mas tem um poder de me desequilibrar é como se caixas e mais caixas de sons de 1000wtts estivessem camufladas no meu quarto lilás, e como se ele ali estivesse pra me lembrar do tédio que me engole aos domingos, é normal eu sei... mas há dias ele não me infernizava, ele o domingo.Tu esqueceu tua bíblia comigo,eu não tenho saco pra ler isso, é escroto de dizer, é escrotal mas é um saco escrotal ler isso( cala boca pensamento, meus dedos não são surdos), depois de tanto e tudo ou nada decido:amanhã enterrarei relógios e de quebra, enterrarei também, ca-len-dá-rios.Eu nego o tempo, recuso.

Comentários

  1. Dê tempo ao tempo, talvez ele seja mesmo o dono da razão.

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  2. Thalyta França,




    Tens o cérebro eloquente. E escutas bem... (outros também os têm, mas não prestam tanta atenção...)






    Beijos,








    Marcelo.

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dá pitaco

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11º

o dia que me vi só,foi o dia que todos os convites recusei.o dia que me vi só,foi o dia que bloqueei qualquer olhar de 2º's ou 3º's.o dia que me vi só, foi o dia que eu quis ficar comigo.eu podia ouvir algo no meu peito bater compassado,ouvir o barulho do ar respirado.o dia que me vi só ,foi o dia que voltei ao passado dos dias que eternamente serão lembrados .o dia que me vi só, foi o dia que olhei na prateleira e desejei mais livros,o dia que fiquei na vontade de saciar a fome dos olhos com palavras que se encaixassem com o espírito .estado de espírito.o dia que me vi só,foi o dia que me tive em silêncio, evitando pensamento,apagando minhas imagens. o dia que me vi só foi o dia que eu quis fugir,não a fuga de antes .foi o dia que não tive nenhum querer,o que parei,o que nem sei.o dia que me vi só foi o dia que cedo lembrei do que notitle, o fato, aquele fato ,que foi repetido,refalado,refeito,reescrito,remoldado.o dia que constatei que alimentei uma farsa por noventa dia...

36º

De manhã eu senti o cheiro da escola Santa Cecília, onde minha mãe dava aulas quando eu e a minha irmã éramos crianças de 5 , 7 anos.Eu ainda não sei porque, mas era uma cheiro de cantina,sopa,bolacha, que ficava empregnado na madeira velha do assoalho, das paredes,das cadeiras de madeira das salas de aula.Os papéis de prova e livros da minha mãe cheiravam a giz e esse cheiro de escola Santa Cecília, que não sei se vinha da cantina, da sopa, do giz do quadro negro,da bolacha,das paredes de madeira úmida,só sei que tinha um cheiro que minha memória relembrou hoje, cheiro de infância, cheiro da coragem que minha mãe tinha em ir pr'alí, pra fazer o que hoje ela tem saudade, ensinar história.
O cacto cresce devagarinho, dentro do meu quarto, na cabeceira da cama. Tem espinhos flexíveis ainda... como todo começo. Ele brinca de me ferir e eu brinco fingindo dor. Enfim minha camera está carregada.